feliz aniversário, cidade luz!
"Brasília poesia
Brasília o tempo te ilumina
atiça nossa memória
esquecer-te é lembrar-te
é fazer história
a cada hora
Brasília, surrealidade
abstraída do sonho
na alquimia de pincéis
acaricio-a em pinceladas
em matizes de poesia
balzaquiana
Brasília balzaquiana precoce
prepotente dama da noite
“morcegueando” ladeiras
barrancos” e albergues barragens
Brasília mistura fina
de concreto e realejo
plebéia metamorfoseada
em alteza poderosa rainha
do rústico ao bucólico
do artificial ao sofisticado
da chita para o brocado
do veludo à seda pérsia
de menina-moça à lady
Brasíla-mulher
vi de tudo neste enredo
barracos acampamentos
caminhos de chão
rilheiros atalhos
pinguelas pontes
viadutos torres
granito de asfalto
Jucelino nos albergues
candango candangolândia
mato e lama cabanas e mansões
candangos e operários
engenheiros e arquitetos
britadeiras e máquinas
bebendo pó engolindo poeira
vi Brasília candanga olhar brejeiro
menina-moça de mini-saia
ostentando laços e fitas
vejo ainda Brasília metamorfoseada
de aia plebéia à rainha coroada
ostentando leques de tules e gazes
autêntica nobreza imperial
“céu e mar!”
céu e amar se misturando
no azul lilás mistura de cores
odores matizes de cores
nuvens brancas dançando
no descampado azul do cerrado
entrelaçando mil cores:
cores roxas de ipês
caraíbas amarelas
flaboyants e pau-terra
pequizeiro e paineiras
rubra caliandra do errado
milhões de vozes forasteiras
saltando pelas janelas
nos jardins árvores vermelhas
cipós e trepadeiras
penduradas nas sacadas
nascendo, crescendo, bailando
invadindo os prédios
morando nas casas
festejando a primavera
o canto triste das cigarras
ecoam nas marquises
flores de todas as cores
um buquê de matizes
céu e horizonte, o por-de-sol sol
o arco-íris, nuvens bailando
ondas bravias bailando
no oceano do céu
de Brasília.
controvérsia
catetinho perdido e deserto
da alvorada alvissareira longe
o lago Israel Pinheiro
acenando as plagas do Paraná
Brasília de Jucelino, o jk
o presidente traído
herói sem medalha
vivo na memória candanga
avioplano
no zodíaco do planalto central erguida
um avioplano de concreto e cal
sustêm- te braços candangos
arquitetos, paisagistas que neste chão
como formigas de La Fontaine
entre dois eixos que se cruzam
no eixão heis a invenção:
Brasília em forma de avião!
cisne branco
passeando o azul nuvens brancas correndo
descortina majestosa colossal
giganta feiticeira, Brasília tropical
Brasília de savana
concreto e cal, nuvens e céu
arquitetada numa profecia
sonho imperial realizado por um herói
ilha ilíada de candangos
no meio do mar deste céu –Brasília
o cisne branco do lago
lady lendária
menina-moça-mulher-flor
no rude agreste cerrado
o ponto e a tangente
ponteiro de luz de pioneiros
tangência de cores de cancioneiros
musa de pintores e poetas
és mulher-lady-lendária
acariciada em pincéis, tintas e letras
cantada por poetas sonhadores
pluritônicos atomizados
ninfa e sereia do lago Paraná
és estrela bailarina
na minha aquarela
jorra formas sonoras
voláteis contornos
furtacolrindo minha tela poética
metamorfoseando Caliandra
Calandra flor-cigana
palavras e ondas de luz
tons e sons e carícias
ondeando contos
encontros lendários
Diadorin-Riobaldo
mito-flor do cerrado
reticências de caliandra
endeusada flor do campo
guardiã do tempo
musa de poetas
caliandra do cerrado
vai-e-vem gente cruzando eixos
nos eixos que se cruzam
ninguém pára ninguém vê
retorno nem ponto de chegada
só encruzilhada rumo
á capital arquitetônica
a cidade engolindo gente
forasteiro de norte a sul
rumo à terra prometida
vem povo... chega gente...
uma multidão atônita
na selva de pedra
ziguezagueando
mais migrantes adentrando
tantos emigrantes chegando...
barracos, viadutos e pontes...
favelados e elites se misturando(?!)
gente esmagada
mutilada e até sendo fuzilada
beirando o cerrado e vias
e as calhandras do cerrado
acalantam choupanas
na via estrutural barracos de zinco
palácios ao longo do lago
e no Parque Wai, as mansões
vislumbrei se contrastando...
vislumbrei no agreste central
fontes luminosas e torres
fidalguia colonial
novo reinado
no Planalto central
Brasília caliandra
a Capital do cerrado
deusa Calandra
fina flor cigana
espirais neônicas
Brasília poema persona
percepção cosmorrealidade
artece formas em cores multifacetas
capita mensagens góticas
de espirais neônicas
mascara personifica
mascara disfarces
na magia da palheta
personifica a poesia
metamorfoseando
desejos e mistérios
Brasília chama viva
amante do eterno
altiva princesa do asfalto
desnudando minha aquarela
na praça dos três poderes
artece formas arquitetônicas
cores multifacetas formas
delineia traços mirabolantes
abstrai do sonho concretizando
mensagens góticas de sonho
Brasília magia da palheta
verde-amarelos em alquimia
vôos da geometria
imaginário sonho
rompe a película do horizonte
visita torres esplanadas catedrais
ecoa desejos e mistérios tantos"
(poema de Mª Dalva Guimarães - adorei esse texto)
parabéns, minha querida casa, Brasília, 49 anos de vida e história étnica e cultural.
sempre adorarei sentir seu cheiro quando saio do avião voltando pra casa. =)
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